Literatura

Literatura de auto-ajuda

Posted on julho 29, 2007. Filed under: Literatura |

Busca pela solução dos problemas ou um achado comercial?

Os títulos mais vendidos nas livrarias de hoje são os relacionados à auto-ajuda. Trata-se de livros que vendem ao leitor a idéia de que ele será bem sucedido, basta que obedeça algumas regras básicas. O sucesso desse tipo de literatura é bastante questionado, visto que se sustenta em torno do intenso individualismo na sociedade moderna e da falta de acompanhamento crítico em seus conteúdos.

Revelando um objetivo predominantemente mercadológico, os livros de auto-ajuda são escritos em forma de romances ou simples aconselhamentos. Baseiam-se na elevação do ego dos leitores, embevecidos por uma suposta facilidade de compreensão do mundo.

O mais antigo exemplo dessa literatura é a Bíblia, escrita por vários autores com o intuito de oferecer às pessoas uma melhor compreensão de si e do mundo a fim de melhorar suas vidas.

Atualmente, Paulo Coelho é o escritor de maior destaque nessa sessão, contando com cerca de 65 milhões de leitores em todo o mundo. É conhecido como o escritor mago pela referência à magia e à espiritualidade em quase todas as suas obras. Seus títulos mais conhecidos são ‘Diário de um Mago’, ‘Brida’ e ‘O Alquimista’.

Os livros de auto-ajuda ainda sofrem bastante preconceito pela classe ‘intelectualmente esclarecida’ e constituem o alvo de muitas críticas devido à precariedade de argumentações e conhecimentos na maioria dos textos. Paulo Coelho, como um dos maiores escritores desse tipo de literatura, é também um dos mais criticados.

O problema não é que esses títulos atinjam um grande índice de vendas, mas que vender seja o principal objetivo. Assim, os livros de auto-ajuda acabam se tornando uma verdadeira ‘Operação Tapa Buraco’ que utiliza de um otimismo artificial com intenções puramente mercadológicas e que não resolvem problema nenhum.

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Vai um cordel aí?

Posted on julho 22, 2007. Filed under: Literatura, Maria Laura |

O ritual de todos os ‘meios de ano’ se repetiu mais uma vez: fomos matutos e matutas por uma noite. Tiramos a camisa quadriculada do armário e os vestidos de chita, pintamos o roto e seguimos o caminho da roça. Mas antes das festividades acabarem, que tal tentar algo diferente? Deixemos também o nosso pensamento conhecer o sertão!

Com vocês: o cordel.

Cordel de São João – Gustavo Dourado

São João arrasta-pé:
Forró, fogueira, baião…
Xote, xaxado e quadrilha…
Foguete, bomba, balão…
Caruaru-Campina Grande: São João bom é no Sertão…

[…]

No são João hoje em dia:
Tudo está muito mudado…
Tem show e festa em clube:
Se perdeu o rebolado…
Saudade do ao João:
No terreiro e no roçado…

No São João de minha infância:
Não tinha eletricidade…
A luz era à luz da lua:
Tinha estrelicidade…
Do São João de menino:
Lembro e morro de saudade!

Esta poesia popular traz, em suas entrelinhas, muito da real expressão nordestina, podendo transportar aos nossos corações a angústia de um agricultor na seca; a esperança do retirante ou, e principalmente, a alegria de ser alguém que enxerga nas próprias mãos calejadas a prova do trabalho honesto que, se muitas vezes não alimenta o corpo, tranqüiliza a alma.

Como nordestina orgulhosa que sou, admito que talvez exista no meu falar um certo tom de “apropriação”, afinal não podemos esquecer que em outras regiões do Brasil existem pessoas que também se dedicam a esta arte. É que penso que a partir do momento em que você passa a ver alguma coisa como símbolo seu, você se sente no direito de tomar posse dela, e foi em nossa terra que o cordel ganhou forma.

Existe aí uma grande contradição que muitos não percebem: A literatura de cordel chegou ao Brasil e instalou-se no Nordeste, porque na época éramos ricos e abrigávamos a capital do país. Isso parece irônico quando notamos que, nos dias atuais, muitos dos cordelistas são semi-analfabetos e escrevem para mostrar o esquecimento dessa região.

“Apesar dos altos índices de analfabetismo, a popularização da literatura de cordel foi possível porque os poetas cordelistas contavam suas histórias nas feiras e praças, muitas vezes ao lado de músicos. Os folhetos eram pendurados em barbantes (daí o nome Cordel) ou amontoados no chão, despertando a atenção dos transeuntes. Cabe ressaltar que as feiras nordestinas eram verdadeiras festas para o povo do sertão, nas quais podiam, além de comprar e vender seus produtos, divertir-se e se inteirar dos assuntos políticos e sociais.”, afirma A.A de Mendonça em seu texto “A História da Literatura de Cordel”.

O fato é que o cordel não pode ser definido apenas como uma poesia narrativa impressa, pois ele é, acima de tudo, POPULAR. Então, independente de você ser um bom escritor ou não, nordestino ou não, leitor de cordéis ou não, você faz parte do povo, logo essa arte também é sua.

Então, que não apenas nessa época de São João, nós, citadinos e sertanejos, possamos colocar as nossas vidas lado a lado em um mesmo cordão: a LITERATURA DE CORDEL.

Comece agora:

Na internet

Folhetos de Cordel
http://www.ablc.com.br/publicacoes/public_cordel.htm

Academia Brasileira de Literatura de Cordel
http://www.ablc.com.br/

Manifesto a favor da literatura de cordel
http://paginas.terra.com.br/arte/cordel/ap13_manifesto.htm

Nas livrarias

Literatura de Cordel, Sebastião Vila Nova
Dicionário Brasileiro de Literatura de Cordel, ABLC
Vertentes & Evolução da Literatura de Cordel, Gonçalo F. da Silva

XIII Antologia Brasileira de Literatura de Cordel , ABLC 96 páginas À venda na ABLC pelo telefone (21) 2232-4801, na parte da tarde a R$10,. A promoção de 10 antologias por R$50, ainda está valendo.

*Texto de Sarah Coelho.
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Literatura cor-de-rosa

Posted on julho 8, 2007. Filed under: Literatura |

A busca pela fantasia e a capacidade se sonhar são os ganchos para a venda.

Os chamados romances de banca chegaram ao Brasil no século XIX, sendo traduzidos primordialmente do francês e constituídos de muitas lágrimas e dramas. Acompanhavam a valorização da beleza e doçura feminina dos contos de fadas e mostravam o homem com superioridade física, econômica e social, se tornando febre entre as moças brasileiras no final da década de 70.

Entre os fatores responsáveis por todo esse sucesso, estavam a facilidade de leitura e os preços acessíveis dos folhetos. Além disso, esse tipo de romance era a única fonte de informação, para as jovens, sobre sexo no início dos anos 80. Destinados às moças e mulheres com grandes jornadas de trabalho, os enredos sentimentais se tornaram uma espécie de escape. Eles apresentavam a elas novas oportunidades de sonhar.

Voltada mais para o lazer que para a arte, a literatura para as moças consistia na variação de um modelo de história, e não na ruptura. Era sempre uma mocinha pobre que encontrava um rapaz rico numa viagem e os dois se odiavam até se descobrirem profundamente apaixonados. Tinham também um vilão, e as cenas de sexo eram relatadas sutilmente, talvez pela época. Era sabido também que a mocinha e seu príncipe seriam felizes para sempre, mas o que importava para as leitoras era como eles conseguiriam ficar juntos.

Os romances sentimentais difundem um ideal de comportamento para que as mulheres fossem aceitas e queridas socialmente. Feiúra ou beleza artificial eram características que competiam às anti-heroínas, sempre más.

Entre as séries mais famosas dos romances de bancas, estão Sabrina (mais romântica e com sexo light), Júlia (mulher madura e independente), Bianca (casamento com humor) e as novas Mirella e Sabrina Sensual (mais apimentadas).

Se as leitoras americanas preferem expressões mais explícitas nas cenas de sexo, as brasileiras reclamam do uso de termos chulos. Elas optam por um tom mais místico nas narrações do ato de amor, o que requer um maior cuidado durante a tradução.

Ainda hoje, séries como Júlia e Sabrina vendem em torno de dois milhões de exemplares por ano e podem ser encontradas em bancas de revistas e sebos. Paralelamente, existe o sistema de trocas dos números mais antigos. O preço das edições atuais desses folhetins varia em torno de cinco e doze reais.

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OS HOMENS QUE SE CHAMAVAM SONHOS

Posted on julho 1, 2007. Filed under: Literatura, Maria Laura |

Mais do que qualidade musical, os meninos do cruzamento entre as esquinas Divinópolis e Paraizópolis, tinham muita poesia pra mostrar. Nos anos 70, enquanto Lô Borges e Beto Guedes devoravam discos dos The Beatles, Milton Nascimento e Fernando Brant se encontravam e mostravam ao Brasil, através de “Travessia”, com que voz Deus cantaria.

Direto de uma esquina qualquer em Belo Horizonte, entre goles de pinga e peladas na rua, jovens garotos ansiavam por conquistar os ouvidos e o coração do mundo. Nascia, no bucólico bairro de Santa Tereza, um Clube cheio de interesse por assuntos culturais e políticos e com disposição de privilegiar, nas letras, os temas sociais em detrimento do amor.

O nome do grupo, Clube da Esquina, veio do próprio local de encontro, um cruzamento entre as esquinas Divinópolis e Paraizópolis. Os garotos queriam fazer música, poesia e, naquele local, sentiam-se livres para se divertir, reunir os amigos, somar seus talentos e, mesmo que não fossem considerados pela mídia e por alguns estudiosos como movimento, os mineirinhos já estavam condenados a fazer a vida de muita gente mais harmoniosa com suas canções.

Eles sofreram influência do jazz, The Beatlhes, Bossa Nova, Choros, Folias de Reis, Toadas, Congos e Rock Progressivo. Mas, a consolidação de uma linguagem própria se firmou, em 1972,
com o lançamento do disco ‘Clube da Esquina’, assinado por Milton Nacimento e Lô Borges, contando com a participação em peso de todos os membros do grupo de amigos.

A grande força poética do movimento, vem, além do talento de seus integrantes, do quadro histórico em que ele surgiu – a Ditadura Militar – pois, optando por não travar uma luta frontal contra o regime, acabaram adotando uma postura mais poética, plantando girassóis metafóricos numa terra adubada com gás lacrimogêneo e censura.

Diferentemente da Jovem Guarda, o Clube manteve uma temática política presente, mas de forma subjetiva. As letras das canções, em geral, revelavam uma tendência a construções mais abstratas – como em ‘Um girassol da cor de seu vestido’ – com imagens e metáforas que talvez ficassem distantes de uma tradição poética da música brasileira da época. Nos poemas, nem sempre se podia tirar alguma moral ou mensagem. Sobre isso, Márcio Borges sintetizou um pensamento literário que pode ser estendido a outros poetas do grupo em suas letras: ‘Pelo menos não viessem me falar de mensagens… ‘Qual a mensagem dessa letra?’ Como se um poema pudesse funcionar como cabograma ou sinal de fumaça.’

Os garotos da esquina transformaram em poesia suas paixões juvenis e seus anseios por justiça social. Uniram poema e música numa só constelação. Embriagados pelos sons das três Américas, eles brindaram o hibridismo e a diversidade da Música Popular Brasileira com um talento sem igual.

Milton nos deu sua voz, Lô Borges o seu som genial. Fernando Brant, Ronaldo Bastos e Márcio Borges traduziram nas letras os nossos sentimentos. Cafi, com sua fotografia, registrou cada detalhe desta jornada. Beto Guedes doou seus acordes fantásticos. Eumir Deodato e Wagner Tiso reconstruíram formas narrativas completas em orquestrações majestosas. E o restante do Clube da Esquina embarcou com eles nessa ousadia, pois, lá, os que se chamavam homens também se chamavam sonhos. E sonhos não envelhecem!

Para saber mais: Os sonhos não envelhecem – Histórias do Clube da Esquina, Márcio Borges (Editora Geração Editorial; São Paulo; 3º edição; 358 páginas, 1996)

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Era uma vez…

Posted on junho 24, 2007. Filed under: Ingrid Baquit, Literatura |

Que menina nunca sonhou em ser uma princesa e encontrar seu príncipe encantado? E que menino nunca se imaginou combatendo o mal? Pois é, quem diria que essas histórias que nos emocionaram por tanto tempo, não foram criadas para crianças? Os contos de fadas foram criados para entrerter os adultos. Nos contos originais, Chapeuzinho vermelho fazia striptease para o lobo, e a Bela Adormecida era abandonada pelo príncipe, que a deixava grávida.

De origem celta, essas variação de conto popular ou fábula, apresenta uma narrativa curta, transmitida oralmente na maior parte das vezes, onde o herói (heroína) enfrenta obstáculos para depois triunfar contra o mal. Envolve algum tipo de magia, metamorfose ou encantamento. Apesar do nome, animais falantes são mais comuns que as própria fadas. Estas, são entidades fantásticas no folclore europeu ocidental. Mulheres imortais, dotadas de grande beleza, de poderes sobrenaturais e das capacidade de interferir na vida dos mortais.

As primeiras referências aos contos de fadas estão na Idade Média, nas histórias do “Rei Artur” – Morgana e Viviane. As mulheres possuiam um status social elevado na cultura celta e as fadas eram ligadas ao amor, podendo ser amadas ou mediadoras do amor. Com a cristianização do mundo, as lendas célticas perderam sua dimensão sobrenatural e sua capacidade de serem amadas.

A partir do séc XVI, os contos de fadas começaram a serem reunidos em coletâneas. Nessa época surgiu a famosa obra “sonhos de uma noite de verão”. Nos fins do séc XVII, a decadência do Racionalismo Clássico originou uma literatura “extra-oficial”, que exaltava a fantasia e marcou o fim da produção desses contos para o público adulto. As versões infantis teriam surgido quase que por acaso na França, no séc XVIII, por Charles Perrault, famoso por O gato de botas, O pequeno polegar. Nos países de língua inglesa, só no séc XIX, com os vendedores ambulantes, que vendiam em diversos povoados histórias simplificadas dos contos de fadas e do folclore, que dava acesso a um público mais amplo e menos sofisticado

.Os irmãos Grimm, criadores da Bela e a Fera, João e Maria, buscavam caracterizar o que havia de mais típico no povo alemão, no início do séc XIX. Mas o grande nome da literatura infantil foi Hans Christian Andersen,que embalado pelo espírito do Romantismo, criou a Pequena Sereia, Patinho Feio e quase 200 outros contos. Na segunda metade do sec XIX, houve uma substituição do sobrenatural pelo nonsese, que pode ser observado na obra de Lewis Carrol, “Alice no país das maravilhas”, em 1865.

Feito para adultos ou para crianças, esses contos que etmologicamente querem dizer contos do destino, marcaram a vida de milhares de pessoas, e continuam emocionando.
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A literatura é sua festa, sua música, sua dança e seus 80 anos.

Posted on junho 17, 2007. Filed under: Literatura |

Escrever sobre literatura brasileira sem dedicar algumas linhas ao intelectual Ariano Suassuna teria o mesmo efeito de falar de Canudos sem citar Antônio Conselheiro. Assumindo um caráter cada vez mais nacionalista, o autor da famosa obra O Auto da Compadecida acabou se revelando um ícone na defesa da cultura brasileira e da literatura nordestina.
Escolhendo a poesia como primeiro gênero literário para a vasta produção que viria, Suassuna se destacou não só na literatura, como também no teatro e na arte. Foi professor de disciplinas como Estética e Cultura Brasileira, se consagrando como um gênio da cultura popular ao idealizar um movimento em prol da arte local, em 1970.

Enquanto muitos artistas tentavam se adequar à Ditadura Militar, Ariano não só mantinha suas idéias, como executava o Movimento Armorial em Recife, cujo objetivo consistia na criação de uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro.

Considerado único, Suassuna cria sua própria estética na produção do Romance d’A Pedra do Reino, que transcende um misto de poema, romance, crônica e sátira. E desse misto, vale salientar o aspecto de crônica, conseguido através do relato de casos supostamente históricos, como, por exemplo, a referência à morte de João Dantas, assassino de João Pessoa, no momento anterior à Revolução de 1930 e que acarretou a morte de seu pai, então Governador da Paraíba.

Tendo o sistema televisivo como um dos principais instrumentos de divulgação do seu trabalho, o escritor paraibano não se opõe à televisão, mas discorda com relação à falta de prioridade aos programas culturais e à ausência de uma visão mais crítica do telespectador. Afinal, a tevê não é somente arte, bem como entretenimento e noticiário.

Trata-se de um homem que lê de tudo. Um homem que utiliza diversos folhetos de cordéis e famosos romances publicados como inspiração e fonte de aprendizado. Um escritor que usa a sabedoria adquirida para compor uma arte graciosa e repleta de sonhos, poesias, lembranças, tradições, comédias e tragédias. Tudo isso com uma dosagem surpreendentemente harmoniosa de elementos literários e populares.
Foi esse literato que teve seus 80 anos comemorados por todo o país em 16 de junho de 2007. Foi ao recriador da cultura popular que os maiores jornais do Brasil quiseram homenagear na última semana. É esse intelectual que continua sua luta para evitar a descaracterização e vulgarização de sua cultura com a veia contraditória que sempre o acompanhou.
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A SOFIA* EM CADA UM DE NÓS

Posted on junho 10, 2007. Filed under: Literatura, Marcella |

A Literatura tem o objetivo de aperfeiçoar a sabedoria, e os livros são as principais ferramentas para a transmissão do conhecimento, independendetemente do conteúdo.

A Filosofia é a ciência que busca a verdadeira sabedoria, mas é pouco valorizada pois criou-se o pré-conceito de que, por não ser um a ciência prática não tem muita utilidade, porém a ciência filosófica é a precurssora de todas as ciência existentes, inclusive a Física e a Matemática, sabia?

Pensando no abismo que há entre a Filosofia e a sociedade, vários filósofos utilizaram um tipo de literatura popular para expôr suas teorias: o romance.

O romance filosófico possui a mesma estrutura de um romance comum, daqueles escritos por José de Alencar, Machado de Assis, dentre outros; mas difere-se no tema, que nesse caso é a Filosofia. Hermann Hesse iniciou esse tipo de Literatura com o romance filosófico “SIDDHARTA” em 1922. O jovem Brahim, não satisfeito com o que aprende com os Mestres da Índia Antiga, decide buscar a Verdade sozinho. Nesse livro Hermann Hesse questiona “O que é Deus, quem é Deus?” . Interessantíssimo para quem está realizando essa busca. Esse livro, devido o enredo no qual as reflexões filosóficas foram inseridas, agradou ao público que, normalmente não buscaria livros de teor filosófico para ler.

Na atualidade, o romance filosófico de Jardier Gaarden chamou a atenção de pessoas no mundo inteiro. O Mundo de Sofia tem todos os requisitos de um romance emocionante, com muito suspense e aventura, mas, de uma forma sutil conta-nos a história da Filosofia, desde a Grécia Antiga até a contemporaneidade. Sofia, próxima de completar seus 15 anos começa a receber cartas anônimas com questionamentos sobre o mundo e sobre ela mesma, e a partir daí se desenrola um emaranhado de histórias superinteressantes, vale a pena dar uma conferida.

A Literatura tem muitas faces, e é nesse ponto que se iguala à Filosofia; ambas procuram estimular a busca pelo pleno conhecimento, mas ainda estão pouco presentes na vida da maioria das pessoas. Abaixo, estão nomes de livros de grandes romancistas filosóficos, para que a leitura seja um hábito, e a busca pelo conhecimento interior e exterior seja uma constante nessa caminhada tão misteriosa que é a vida.

*Sofia em grego, quer dizer sabedoria.

  • Siddharta – Hermann Hesse – 1922
  • A Montanha Mágica – Thomas Mann – 1924
  • A Náusea – Sartre – 1938
  • O Estrangeiro – Albert Camus – 1940
  • O Mundo de Sofia – Jardier Gaarden – 1° edição 1991
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A arte de escrever boas histórias

Posted on junho 3, 2007. Filed under: Ingrid Baquit, Literatura |

Muitas vezes confundido com jornalismo sobre literatura, o JORNALISMO LITERÁRIO é um estilo jornalístico, em que são contados os fatos com elementos e técnicas da literatura: a observação, a descrição e a narração. Histórias romanceadas, que prendem a atenção do leitor e se distanciam dos padrões jornalísticos.
Iniciado com a obra ” A sangue frio” de Truman Capote, esse estilo de contar fatos e notícias de uma maneira subjetiva e envolvente caiu no gosto do leitor. Explorado e ultilizado por grandes nomes, como: Gabriel García Marques, Jose Saramago, Norman Mailer e Fernando Morais, esse estilo tem uma maior humanização dos personagens e uma maior quantidade de informações. Isso desperta um maior interesse no leitor, que gosta de situações bem desenvolvidas e ricas em detalhes.

Mesmo com a falta de tempo dos leitores, que precisam de informações breves e rapidamente; e dos jornais, que procuram ocupar pouco espaço, e são em sua maioria tradicionais, grande parte dos leitores preferem o jornalismo literário. É o que diz a pesquisa da revista Intercom.

A tarefa do jornalista é descrever e contar uma boa história. Ele vai atrás da informação, pesquisa, investiga, não se preocupa com tempo e com o espaço que a matéria ocupará. É paciente, tem talento e tem valores morais e éticos. O leitor exigente e ávido por informações agradece.

Onde encontrar jornalismo literário: nas revistas Piauí, Rolling Stones, The New Yorker; nos livros: Chatô, de Fernando Morais, Hiroshima, de John Hersey em muitos outros.
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A Menina Poema

Posted on maio 27, 2007. Filed under: Literatura |

A literatura, sendo a arte de compor ou escrever trabalhos artísticos em prosa ou verso, é uma forma de comunicação e compartilhamento de idéias e histórias. Portanto, não poderia ser excluída de um blog cujo intuito é discutir uma forma de se comunicar de maneira alternativa e independente. E como nós não perdemos tempo, escolhemos para a primeira pauta desta seção mostrar o trabalho de Rita Apoena, escritora que teve os seus textos divulgados primordialmente em um diário eletrônico e hoje tem fãs em vários estados do Brasil.

Rita conquistou um considerável número de leitores com suas metáforas e seu ‘jornal das pequenas coisas’. Usando uma linguagem simples e singela, consegue mostrar a vida como você deixou de perceber. Seus dedos transbordam poesia, e os seus poemas exalam seu amor pela natureza, bem como sua crença em um mundo melhor.

Rita Apoena cursou dois anos de Letras na USP, trancou a matrícula e resolveu estudar fotografia no Centro Universitário Senac, onde diz ser o tempo todo estimulada a criar e encontrar sua própria linguagem. Nas linhas que seguem, a doce poetisa fala sobre literatura e a sua forma de fazer poesia.

Quando/como surgiu o interesse pela poesia?
Desde sempre. Das lembranças que tenho da infância, percebo que eu via as coisas de um jeito muito parecido como as que eu vejo hoje. Eu me alfabetizei cedo e por iniciativa própria porque precisava escrever meus poeminhas, quase todos sobre passarinhos em gaiolas. Eu tinha esperança de que as pessoas grandes lessem e não fizessem mais aquilo. Era algo que me tirava o sono, assim como o desmatamento da Amazônia, a extinção dos animais, a fome no mundo etc. A gaiola foi a minha primeira percepção de injustiça e, por conta dela, eu passei a escrever. Como podem ver, comecei com uma literaturazinha totalmente panfletária.

Você pode dizer que a literatura que você faz foi influenciada por algum escritor em especial? Por quê?
Até hoje, não sei dizer a diferença entre influência e identificação. Eu gostaria muito de ser influenciada por Herberto Helder, que é meu poeta preferido. Ou Drummond. Ou Raduan Nassar. Mas nem se eu tentasse a vida inteira, eu seria capaz de escrever como eles. Já o Mário Quintana, desde o primeiro instante que li, foi imediata a identificação. Aliás, o Mário Quintana foi o meu Brad Pitt da adolescência e, quando ele morreu, eu fiquei tão deprimida como se tivesse perdido alguém da própria família. Quiçá, do mesmo planeta. Quando ele morreu, eu me senti muito sozinha.


Como você definiria os seus textos e a sua maneira de fazer literatura?
Eu acho que são simples e despretensiosos, só isso.

O leitor, ao apreciar os seus textos, muitas vezes consegue sentir o seu prazer pela escrita, bem como a sua vontade de viver dela. Qual a sua perspectiva em viver de literatura em um país onde a leitura ainda é precária?

Não tente em casa ou longe de algum adulto (risos). Bem, tenho a meu favor um imenso desapego às coisas materiais. Percebi que a diferença entre ter muito dinheiro e pouco dinheiro é que você compra muitas ou poucas coisas, respectivamente. Claro, além do essencial que todo ser humano tem (ou deveria ter) o direito. Por exemplo, tenho um celular que, quando tiro da bolsa, meus amigos fingem que não me conhecem (risos). Mas está funcionando, ora! Por que vou comprar um celular sem tampa, depois um que abre a tampa, depois um que desliza a tampa, depois um com tampa mágica se o mesmo celular vai me deixar feliz toda vez que um amigo me ligar? Então, eu não tenho ilusão alguma de ganhar dinheiro fazendo (ou tentando fazer) literatura.

A divulgação e publicação do seu trabalho foram feitas somente através da Internet? Como começou todo esse sucesso?
Em 1998, eu criei um diário na Internet, feito em html e atualizado no Front Page. Mostrei apenas a alguns amigos muito íntimos. Foi assim que começou: por culpa de alguns amigos línguas-grandes, que não sabiam guardar segredos. E continua assim, desde então. Um gosta e conta para o outro, eu acho intrigante.

Até que ponto você acha que o surgimento dos blogs e da comunicação alternativa em geral pode influenciar a literatura? Tanto a produção como a leitura?
Assim como surgiram os romances de folhetim, no início do século XIX, eu acho que os blogs de hoje podem dar uma nova roupagem à produção literária atual. No meu caso, o formato blog foi mais do que decisivo nas minhas escolhas. Eu pensei: puxa, ler nesse monitor é muito chato. Eu tenho de encontrar um jeito de dizer tudo o que eu quero dizer em pouquíssimas linhas. E assim fui limando tudo o que eu escrevia, até chegar ao miolo.

Pode-se observar, via Internet mesmo, que o seu número de leitores cresce a cada dia, como você se sente com tudo isso?
Perplexa. Eu juro que não entendo o que tanto o pessoal enxerga nos textos! Daí, eu mesma começo a virar o texto de todos os lados, olho daqui, olho dali, viro de bundinha para cima, ergo o bracinho, fico tentando achar alguma explicação. Eu ainda acho que nem é por conta das palavras que eu escrevo, mas porque sou um pára-raio de gente maravilhosa. Tenho leitores que me acompanham desde o comecinho na Internet, desde os tempos da escola, outros vão chegando e ficando, é assim. Nem é Literatura, é uma grande amizade.

Rita Apoena deverá lançar seu livro até o final do ano. Segundo a autora, ‘É um livro pequeno, de poucas páginas, embora eu esteja escrevendo há quase dois anos. As teclas que eu mais uso são: delete e backspace. Existem duas versões do mesmo livro. Uma, feita para as crianças pequenas, conta com as ilustrações da minha amiguinha Liège, de seis anos. A outra versão, feita para as crianças grandes, tem as ilustrações do meu querido amigo Jay, do Yolk’s Yogurt’.

Você pode encontrar a poesia de Rita em http://ritaapoena.zip.net/index.html.

*Ilustração: Jovan de Melo (Jay), em http://fotolog.com/yolks_yogurt.

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