cinema

"The sound of music": tentativa de contar a história da música no cinema!

Posted on julho 20, 2007. Filed under: cinema, Darwin Marinho, Música |

*Antes de começar, indico que leia ouvindo o incrível John Williams, eu recomendo a trilha de o Retorno de Jedi.
http://musica.busca.uol.com.br/radio/index.php?busca=john+williams¶m1=homebusca&check=artista#

É muito estranho ver imagens sem som, tanto que nem o cinema conseguiu ser totalmente mudo, não havia fala, mas o som estava lá. As exibições eram acompanhadas por um pianista que improvisava músicas a partir das imagens projetadas. Algumas salas mais sofisticadas usavam uma orquestra inteira, e poucos filmes usavam trilhas originais. Chaplin foi pioneiro ao escrever partituras que deveriam ser tocadas em cada cena de seus filmes, eram músicas simples que se adequavam ao seu estilo de filme.

Não faz muito tempo que escrevi sobre a relação som/imagem aqui no blog, mas agora vou tentar fazer uma análise mais profunda. No século XIX a música instrumental era dividida em absoluta e programática. A absoluta não utilizava nenhuma outra forma de apreciação para ser construída, seria a música feita por ela mesma, um exemplo disso seria a música de Bach, além disso, era uma música mais tradicional. A música programática teria surgido com o Romantismo na metade do século XIX, seria a música inspirada em formas não-musicais, a arquitetura, a natureza, exemplos disso são As Quatro Estações de Vivaldi e a Sexta sinfonia, a Pastoral, do meu caro Ludwig Van. Nessas musicas ainda não havia a intenção de contar uma historia através de uma sinfonia, isso só foi apresentado pelo francês Hector Berlioz em sua Sinfonia Fantástica que contava partes diferentes da historia em cada movimento da música.

O estilo criado por Hector Berlioz inspirou o Poema sinfônico desenvolvido por Franz Liszt. As músicas nesse estilo eram totalmente guiadas pela narrativa. Tchaikovsky e Richard Strauss tambés se aventuraram nesse estilo e compuseram músicas inspiradas em obras de Shakespeare e Cervantes. Essa união de música e literatura fascinou jovens artistas do séc. XIX criando uma escola desse estilo. Richard Strauss era considerado por Debussy “um compositor cinematográfico, por ser sua obra uma infinita fonte de imaginação cinemática, gerando uma cadeia de imagens estimuladas pelo som da grande orquestra”. E não posso deixar de citar Richard Wagner que criou dramas musicais (Tristão e Isolda, O Navio Fantasma) onde cada tema musical caracterizava uma ação do personagem.

No início século XX o mercado fonográfico passou por muitas mudanças e a música sinfônica tradicional perdeu muito de seu prestígio. Os compositores que não se adequaram às mudanças dos novos tempos foram para o cinema. Toda aquela história de música programática resultou nas trilhas cinematográficas.

Em 1926 surgiu o Vitaphone,tecnologia patrocinada pelos irmãos Warner, Era um aparelho que incluía um projetor e um toca-disco que sincronizava o som e a imagem, o primeiro filme sonoro a ser exibido foi The Jazz Singer(1927) com Al Johnson, o primeiro onde era possível ver alguém falar e cantar. Tinha muitos problemas, o chiado, por exemplo, e caso o disco arranhasse? A sincronia era perdida e o filme ficava insuportável. Depois surgiu o Movietone, da Fox, que imprimia o som na película e acabou com esses problemas de chiado e sincronia.

A utilização do som no cinema levou a uma série de discussões, afinal como o som deveria ser usado?No princípio usavam as músicas para encobrir o silêncio das cenas em que não havia diálogos, as músicas tinham um caráter ilustrativo, principalmente no cinema americano. Já que o Europeu contou com Sergei Eisenstein que desenvolveu teorias de utilização do som para a criação do ambiente. As teorias de Eisenstein só chegaram ao cinema americano em 1939 com o filme Fantasia de Walt Disney. Nesse filme a narrativa e os personagens estão totalmente submetidos à música. O filme não foi um sucesso de público, mas causou grande impacto no meio cinematográfico, pela primeira vez na história do cinema o roteiro do filme passa a ser a música.

Nessa época as trilhas eram quase que totalmente compostas por músicos europeus de grande tradição na música sinfônica, esse tipo de música se adequava perfeitamente a filmes épicos ou românticos, com King-Kong, E o vento Levou, Casablanca… Mas e quanto a comédias, westerns e filmes policiais? No final dos anos 40 surge uma nova geração de músicos para suprir esse tipo de necessidade. As músicas passam a ser mais específicas, e alguns diretores começam a adotar compositores para seus filmes, isso aconteceu com Hitchcock e Bernard Herman (que fez trilhas para Psicose e Um corpo que cai), Spielberg e John Williams (ele fez a trilha e quase todos os filmes do Spielberg, de Tubarão a Inteligência Artificial ), isso cria um clima incrível já que o diretor sabe como o compositor trabalha e vice-versa.

É nos anos 60 que a música pop entra no cinema, a atuação da musica sinfônica se torna mais pontual, surgem os grandes compositores populares e agora as pessoas saiam do cinema cantarolando, Singing in the rain, just singing in the rain, what glorious feeling I’m happy again… ou The hills are alive with the sound of music!

Nos anos 70 e 80 a música pop continuou sendo explorada em detrimento da música sinfônica, hoje as duas andam juntas, geralmente um filme tem uma partitura orquestral fazendo a trilha e a música pop presente na canção-tema. Eu adoraria falar mais sobre a música contemporânea no cinema, mas basta ver os filmes atuais para ver como isso funciona.

Segue aí um top 10 das minhas trilhas favoritas.

1 – Laranja Mecânica – de Genne Kelly a Bethoven a trilha desse filme é totalmente orgástica!

2 – Cinema Paradiso e Malena – As duas trilhas do Ennio Morricone, Cinema Paradiso perderia 80% de sua magia sem a música e o filme Malena não é grnade coisa, mas a trilha é incrível.

3 – aqui houve um empate entre duas trilhas do John Williams
Star Wars – eu particularmente prefiro a do Retorno de Jedi mas todas seguem a mesma tendência e são inesquecíveis.
Tubarão – essa trilha é do John Williams e nem precisa de muitos comentários, foi muito bem usada pelo Spielberg, o tubarão nem precisava aparecer, era só ouvir a música que já sabíamos que ia ter sangue.

4 – O Fabuloso destino de Amelie Poulain – a trilha é do multi-instrumentista Yan Tiersen, mistura música folclórica, pop e erudita, o resultado é uma trilha tão marcante quanto o filme.

5 – Um corpo que cai – trilha do Bernard Herman para um dos melhores filmes do Hitchcock, o aspecto sombrio das músicas combina muito bem com a atmosfera criada pelo Alfred.

6 – Os fantasmas se divertem – a trilha é de Danny Elfman, a sintonia entre ele e o Tim Burton é incrível

7- Pulp Fiction – Quentin Tarantino sempre usa suas canções favoritas em seus filmes, o filme não tem uma música original, mas mistura rock instrumental, jazz, surf music, soul e outras coisas viciantes

8 – Amadeus – Johns Strauss cuidou dessa trilha de forma magistral, e o Millos Forman dirigiu o filme como se a música fosse um personagem, genial!

9 –- E.T – também do John Williams, não dá pra esquecer a cena do E.T voltando pra casa, a do vôo na bicicleta… Músicas incríveis com o doce sabor da infância (clichês bombando)

10 – Quase Famosos ( as canções escolhidas pela Nancy Wilson são incríveis, dá vontade de viajar com uma banda em um ônibus velho)

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Diário do Cinéfilo

Posted on julho 6, 2007. Filed under: cinema, Darwin Marinho |

Recentemente me aventurei a ver um desses filmes que não acrescentam nada a quem está assistindo, tanto que estou fazendo um esforço enorme para lembrar do filme que vi “O quarteto fantástico e o Surfista Prateado”. Mas primeiro vamos falar sobre o que me levou a ver esse filme. Tem dias que não dá para assistir filmes complicados como o 13 homens e um novo segredo (não que seja um filme inteligente o roteiro é cheio de brechas e termos complicados pra dar a sensação de ser um filme inteligente, mas só consegue ser um filme confuso), por sinal nem vi o filme e me contaram qual é o maldito segredo… Mas tudo bem, vivendo e aprendendo a conviver com esse tipo de chato… Retomando o assunto, nesse dia estavam em cartaz no Iguatemi seis filmes ocupando as 12 salas, nenhum deles era brasileiro. Depois de vários sorteios e longas discussões o filme escolhido foi “13 Homens e um novo segredo”. Em menos de 10 minutos de filme resolvi mudar de sala, por conveniência e falta de uma opção decente entrei na que estava passando O quarteto fantástico. Aparentemente as pessoas estavam interessadas em ver o filme, o que já é espantoso… Para justificar ausência de um roteiro interessante o filme é cheio de efeitos especiais e isso vende muito. Conseguiram a proeza fascinante usar todos os clichês das histórias em quadrinhos e do cinema em um único filme… O filme arrecadou US$ 330 milhões no mundo todo, o que é compreensível já que a maioria da população prefere ir ao cinema e ver um filme totalmente alheio a sua realidade, do que ver alguma coisa que a faça pensar e que gere um certo incômodo, a partir desse desconforto vem a discussão e a conscientização. Mas de vez em quando é bom ver um desses filmes inúteis, pra dar umas risadas, falar mal dos produtores e escrever um texto leve e sem compromisso para um blog.
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Oscar. Como tudo começou…

Posted on junho 29, 2007. Filed under: cinema, Herbenya Alves |

Todos os anos, as emissoras de televisão transmitem a entrega do que é considerado o mais importante prêmio cinematográfico: o Oscar. Mas, você já parou para pensar como surgiu o Oscar?

A idéia surgiu após a criação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas que era formada por pessoas que faziam parte da indústria do cinema. Tais pessoas começaram a especular uma premiação que incentivasse uma melhoria da qualidade das produções. A premiação seria validada com a entrega de uma estatueta de um homem corpulento parado sobre um rolo de filmagem, de braços cruzados e, entre eles, uma espada. Primeiramente, o Oscar era feito de bronze, hoje em dia, no entanto, a estatueta é esculpida em estanho e banhada a ouro e platina.

Oscar é uma espécie de apelido para o Prêmio da Academia ao Mérito. Existem muitas histórias sobre como surgiu o apelido, mas não se sabe ao certo o porquê. Uma das mais difundidas é a de que uma senhora, membro da academia, dizia que a estatueta lembrava seu tio Oscar e, a partir de então, as pessoas passaram a se referir ao prêmio por este nome, usado oficialmente durante a sexta cerimônia de premiação.

A primeira vez que o prêmio foi entregue foi no ano de 1929 no Hotel Rossevelt, em Los Angeles. As primeiras festas para a entrega da estatueta eram bem simples e se passavam durante almoços ou jantares que eram realizados em hotéis luxuosos. Os premiados eram escolhidos por diretores de grandes estúdios e a imprensa recebia a lista dos ganhadores no mesmo dia. Porém, somente no dia seguinte os vencedores eram anunciados. O acordo de divulgação dos artistas que recebiam o Oscar foi quebrado dez anos depois pelo jornal Los Angeles Times e, a partir desse momento, foi decidido que aqueles que receberiam o prêmio teriam seus nomes em sigilo até o momento do anúncio oficial.

Vinte e quatro anos após a primeira festa de entrega do Oscar, é que tal comemoração foi transmitida pela televisão (ainda em preto e branco). Treze anos mais tarde ocorreu a primeira exibição em cores.

Com a modernização dos meios de comunicação e a crescente importância que foi dada ao prêmio, as festas para a divulgação dos “melhores do cinema” foram-se tornando cada vez mais glamourosas. Passaram de simples festas em hotéis para apresentações extremamente requisitadas pela sociedade cinematográfica americana e por todos aqueles que estão envolvidos no mundo cinematográfico. Atualmente, receber um Oscar é sinônimo de prestígio e qualidade(?).

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Puttin’ on the Ritz – um pouco de cinema, moda e Hollywood!

Posted on junho 22, 2007. Filed under: cinema, Darwin Marinho |

Cinema e moda estão intimamente ligados. Até o século XV as roupas não se diferenciavam muito nas cores e estilo, a moda como conhecemos surgiu em meio ao renascimento cultural, os plebeus queriam se aproximar da nobreza e imitavam as suas roupas, os nobres mudavam o estilo das roupas constantemente para ficarem diferentes dos plebeus. O cinema surgiu no final do século XIX e com a sua evolução houve uma preocupação maior com o figurino, a partir desse momento cinema e moda passam a andar lado a lado.

As grifes viram a oportunidade de lucrar muito com a indústria cinematográfica. As pessoas assistem aos filmes e querem ser como seus heróis. Por exemplo, ao compra um terno Armani e dar um passeio pela cidade você não é apenas mais um vestido em um terno do rei de Milão, é o próprio Richard Gere em Bervely Hills no filme Gigolô Americano. Uma garota usando botas chanel pretas de cano alto e saias Kavin Klein se sente a Anne Hathaway em “O Diabo Veste Prada”. Esse é o objetivo do cinema e da moda, vender sonhos.

Até a década de 40 as produções eram muito exageradas, tudo era maior e mais caro que o normal, as pessoas iam ao cinema e se sentiam partes daquela realidade alternativa que se opunha ao que viviam. Nessa época o mundo todo estava em crise (grande depressão, 2 guerra…) . Na década de 50 usar jeans e camiseta virou sinônimo de rebeldia depois das aparições de James Dean em juventude transviada e Marlon Brandon em “Um bonde chamado desejo”. Em 1956 Brigitte Bardot apareceu usando um biquíni no filme “E Deus criou a mulher” , isso revolucionou a moda praia. E não podemos esquecer Marilin Monroe que foi a única atriz a se sustentar inteiramente na sensualidade, Grace Kelly que virou a personificação da elegância, claro que as roupas claras e a luz direta ajudaram a dar um ar mítico a suas personagens.

Na década de 60 Audrey Hepburn virou o ícone máximo que liga cinema e moda ao interpretar uma garota de programa em “Bonequinha de Luxo”, até hoje existem coleções inspiradas em seu personagem nesse filme. Com a corrida espacial, e a possibilidade de um futuro no espaço a moda refletiu a necessidade de estar preparado para esse futuro, no cinema isso pode ser visto em “Laranja Mecânica (mais uma vez citando esse filme)”.

Na década de 70 o filme estrelado por John Travolta, “Os Embalos de Sábado à noite” inaugurou a era disco, calcas bocas de sino, cintura alta, saltos plataforma (para homens e mulheres) se tornou peças obrigatórias para os que queriam estar na moda. Dois filmes nos anos 80 fizeram o mundo se render aos talentos de Girogio Armani, “Gigolô Americano” e “Os Intocáveis”, uma propaganda baseada nesse segundo filme foi premiada no festival de Cannes em 1992. Veja no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=jiG5CxoM180&eurl=http%3A%2F%2Foglobo%2Eglobo%2Ecom%2Fblogs%2Flula%2Fpost%2Easp%3Fcod%5FPost%3D13690

Ainda nessa década no filme Annie Hall de Woody Allen, a personagem de Diane Keaton usava roupas largas e masculinas, esse estilo ficou namoda até meados dos anos 90, esse estilo de roupa se popularizou em uma época em que as mulheres começavam a ocupar cargos mais altos no mercado de trabalho.

Nos anos 90 dois filmes merecem destaque. Pulp Ficition de Quentin Tatantino e Prêt-à-Porter de Robert Altman. O primeiro por falar de cultura pop, e por ter lançado moda. O cabelo e as roupas de Mia Wallace viraram moda na época, basta dar uma olhada naquele álbum de família, ou nos vídeos de casamento… O segundo filme é um dos melhores relatos sobre os bastidores do mundo da moda, o filme mostra o lado negro dessa indústria, o filme se passa durante a Semana de moda de Paris e tem no elenco Marcello Mastroianni , Sophia Loren, Julia Roberts, Kim Bassinger e Tim Robbins.

Dois filmes recentes tratam desse assunto: O Diabo Veste Prada e Maria Antonieta. O primeiro mostra as sutilezas da indústria da moda, focando na paranóia das pessoas que trabalham com isso, mas a história interessante, a excelente atuação da Meryl Streep e ser baseado em fatos reais não correspondem a 30% das razoes do sucesso do filme, o principal motivo que levou milhões de pessoas ao cinema para verem esse filme foi o figurino escolhido por Patrícia Field!Dolce & Gabanna, Valentino, Kalvin Klein, Donna Karan e Chanel são os protagonistas do filme. O filme faz uma crítica ao mundo da moda, mas é ofuscada pela sensação de consumismo que as pessoas sentem ao sair da sala (o que é perfeitamente compreensível). Maria Antonieta mostra a história de uma das figuras mais fúteis da história, ela gastava fortunas em roupas,sapatos, festas, doces… Acredito que tenha sido a primeira vítima fatal da moda. Esse filme mostra a bem a questão do consumismo, em uma cena a diretora e ex-estilista Sofia Copolla mostra o momento das compras da rainha, alternando imagens de doces e roupas ao som de “I want Candy” do Bow wow wow., essa cena ilustra o prazer diante da compra, tudo nela parece comestível. Sofia Copolla disse que queria deixar tudo “doce para os olhos”. Estilistas de peso assinaram o figurino do filme, Karl Lagerfield, Christian Dior e John Galiano dirigidos por Milena Canonero, o filme ganhou o Oscar de melhor figurino.

Para terminar, na última edição de inverno do SP Fashion Week 16 desfiles tiveram suas temática inspiradas no cinema, filmes como Mad Max, Laranja Mecânica e Maria Antonieta inspiraram as coleções de inverno em 2007. E depois de ler tudo isso vem àquela dúvida, a arte imita mesmo a vida? Acho que quando as coisas envolvem moda e cinema a vida pode muito bem imitar a arte.

Curiosidades:
– Puttin’ on the ritz é uma música de Fred Astaire que fala sobre cultura pop, e a expressão tem o mesmo sentido de ” ponha isto na moda”.
– O figurino usado por Meryl Streep em “O diabo veste prada” foi baseado na usado por Audery Hepburn em “Bonequinha de Luxo”

Dicas:
– O cineclube da casa amarela está com a mostra Vilãs Memoráveis em cartaz, toda segunda 19h
– dia 01/07 o documentário Sábado a noite de Ivo Lopes de Araújo vai passar na Tv Cultura, fique atento a programção… depois informo melhor o horário….
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Chanchadas

Posted on junho 15, 2007. Filed under: cinema, Herbenya |

Texto de Herbenya Alves

De todos os gêneros cinematográficos brasileiros, o que mais se destacou foi a Chanchada. Na época, as chanchadas foram bastante criticadas pela mídia e por intelectuais, pois eram tidas como superficiais e alienadas. Realmente, muitas vezes, o roteiro era um tanto pobre e ingênuo, mas suas tramas eram bem divertidas. O cinema americano era constantemente parodiado e tais paródias lançaram artistas inesquecíveis como: Oscarito, Grande Otelo, Eliana. Ankito. Dercy Gonçalves. Zé Trindade. Zeze Macedo, José Lewgoy, Violeta Ferraz, Cyl Farney, Fada Santoro, e o inesgotável Wilson Grey. entre tantos outros.
As chanchadas possuíam um apelo popular bem característico e o que, inicialmente, centrava-se no Rio de Janeiro, logo fez surgir um novo pólo em São Paulo. É importante lembrar que o sucesso desse gênero deveu-se também graças ao rádio que, nesse momento, substituía a televisão. Ele acabava sendo um dos únicos meios de comunicação capazes de trazer entretenimento ao público que não tinha acesso aos cassinos. Assim, filmes quem apresentassem os cantores iriam atrair todas as atenções em todo o país, já que finalmente o público poderia conhecer a fisionomia de seus ídolos.
Apesar das produções serem feitas a partir da caricatura e trejeitos norte-americanos, eram adicionados temas do cotidiano nacional, como as anedotas tipicamente cariocas e o jeito malandro de falar e se comportar do brasileiro. O resultado obtido eram produções genuinamente brasileiras, que foram capazes de lotar as salas de cinema por um longo período.
Inúmeros fatores, entre eles: o Cinema Novo, acabaram levando ao esgotamento das chanchadas. Estas, apesar de todas as críticas, levou à auto sustentação cinematográfica brasileira por quase dez anos.

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Cinema, economia, sociedade e outras coisas…

Posted on junho 8, 2007. Filed under: cinema, Darwin Marinho |

Aproveitando o Cine Ceará hoje vamos falar de festivais!

Segundo o Guia Brasileiro de Festivais de 111 festivais serão realizados em 2007, em 2006 esse número era 72. Estima-se que esse mercado movimenta cerca de 20 milhões, vindos principalmente de patrocínios federais, e gera mais de 10 mil empregos. Também existem mais 100 festivais internacionais que recebem filmes brasileiros em mostras competitivas e informativas, a Ancine (Agência Nacional de Cinema) seleciona o filme e financia o envio e as passagens para os locais onde ocorrem os festivais. Mas qual a razão desses números? O único motivo para eles estarem aqui é impressionar, números sempre passam confiança, e nesse caso mostra um lado mais economista dessa “indústria do entretenimento”. Além do Cine Ceará outros dois festivais serão realizados aqui na Terra da luz, o Curta-Canoa em setembro e o Nóia – Festival Brasileiro de Cinema e Vídeo Universitário em novembro. No nordeste esse ano serão 16, sendo quatro em Pernambuco, o estado dessa região com maior número de festivais.
Os festivais desempenham um papel essencial na divulgação da produção nacional, além de serem bastante democráticos quase sempre são gratuitos ou a preços populares, o que é muito importante visto os preços dos cinemas atualmente, mas o problema é fazer as pessoas que lotam os cinemas para ver Homem Aranha, Piratas do Caribe, Harry Potter, Shrek e companhia se interessarem em ver um filme de baixo orçamento que discute política, religião, arte, educação… Infelizmente a cultura de massa está bem distante do que é considerado “alta cultura”. Não que a maioria da população prefira coisas que não trarão nenhum acréscimo para sua consciência político-cultural, mas resolveram fazer a escolha mas simples. É mais fácil ir ao cinema e assistir um blockbuster que teve uma matéria em todos os jornais do que assistir aquele filme braseiro que teve uma nota inexpressiva perdida no meio do anúncio daquele blockbuster, mas essa já é outra discussão…
Infelizmente a semana em que os olhares da indústria cinematográfica brasileira estiveram sobre nossa cidade está acabando, e já encerraram as mostras abertas ao grande público. Quem não foi perdeu a oportunidade de ver bons filmes que não entrarão no circuito comercial e que dificilmente conseguirá ver de outro modo, além de ter diretores, produtores e atores bem acessíveis, o que é ótimo pra fazer contatos caso você queira trabalhar no meio. Não se desespere se você perdeu, ainda vamos ter outros festivais por aqui esse ano e dessa vez não troque a tela de cinema pela tela de TV ou computador…

Calendário dos Festivais Nacionais e outras coisas…
http://www.kinoforum.org.br/guia/2007/index.php
Agência Nacional do Cinema
http://www.ancine.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home

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Cinema:a sétima Arte

Posted on junho 1, 2007. Filed under: cinema, Herbenya |

*Texto de Herbenya Alves

Você se lembra da primeira vez que foi ao cinema? Pois é…entrar numa sala de cinema é como ultrapassar um portal que nos leva a um outro mundo. Através dos filmes, temos a oportunidade de conhecer um pouco sobre costumes e muitas curiosidades de outros lugares. Hoje, já não é tão espantosa essa tecnologia; mas, nas primeiras exibições cinematográficas, as apresentações cinematográficas eram consideradas um espetáculo imperdível! Jornais registravam o assombro das pessoas provocado pelas imagens em movimento.
Aqui, no Brasil, a primeira sessão cinematográfica foi realizada em 1896, na Rua do Ouvidor, Rio de Janeiro. Devido à escassez de energia elétrica, as exibições eram bem limitadas. A partir da década de 50, uma nova estética nacional começou a surgir. Nesse mesmo momento, a televisão passou a fazer parte da vida de muitas pessoas e, por algum tempo, acreditou-se que isso seria causa da decadência desse espetáculo, pois ela transmitia uma visão mais voltada para a realidade. Grande engano! O cinema sobreviveu à televisão, assim como a fotografia sobreviveu a ele.
O cinema brasileiro passou por três fases que foram sofrendo mudanças de acordo com o cenário sócio, político e econômico do País. Na primeira fase, os filmes tinham suas temáticas voltadas ao cotidiano e à mitologia do nordeste brasileiro, com os trabalhadores rurais e as misérias da região. A marginalização econômica, a fome, a violência, a opressão e a alienação religiosa também foram temas abordados. A segunda fase tinha um novo propósito. Dessa vez, os cientistas analisavam os equívocos da política desenvolvimentista e principalmente da ditadura militar. O Cinema Novo evoluiu para formas alegóricas como uma saída para contornar a censura do Regime Militar. Os filmes também faziam uma reflexão sobre os novos rumos da história nacional. A terceira e última fase foi influenciada pelo Tropicalismo que levava suas atitudes às últimas conseqüências e extravasou por meio do cenário exótico brasileiro. A repressão política foi responsável pelo fim do movimento. Alguns de seus cineastas tiveram de se exilar e grande parte das produções foram fracassos comerciais. Com início de uma abertura política, anos 80, percebe-se um favorecimento para a discussão de temas proibidos anteriormente. A retração do público interno e a atribuição de prêmios estrangeiros fizeram surgir uma produção através de um programa de incentivo à indústria Cinematográfica instituído pelo Ministério da Cultura. Aos poucos, reapareceram novas produções.
Muito de nossa história cinematográfica se perdeu, pois alguns filmes não existem mais. Estes podem apenas serem comentados. Durante o evoluir, nossos filmes foram fundindo estilos bem diversificados e nossos produtores foram bastante influenciados por seus mestres. Atualmente, possuímos grandes produções. Entre polêmicas e temas ousados, o cinema brasileiro apresenta boas produções contemporâneas. Isso mostra que a classe cinematográfica abriu espaço para que as pessoas possam refletir um pouco sobre a realidade.
Em relação à nossa produção local, há poucos registros sobre quem ousou realizar os primeiros filmes, já que muitas das fontes primárias se perderam no incêndio da Biblioteca Pública do Estado do Ceará. Sabe-se, no entanto, que o pioneiro no ramo da produção documental foi Adhemar Bezerra de Albuquerque, futuro criador da Aba Film. Ele cobriu documentários sobre Fortaleza e também levantou temas sobre o interior do Estado, filmando eventos no campo político, econômico, social e até religioso. Hoje, percebemos o crescimento do cinema cearense que vem ganhando espaço no Brasil e é reconhecido também no exterior.
Para quem gosta de cinema, começa hoje o 17ºCine Ceará. Este é considerado o terceiro maior festival de cinema do Brasil. O festival apresenta documentários e curtas-metragens nacionais e internacionais. Maiores informações no site: http://www.cineceara.com.br/home.html
Nota super especial: Há exatamente 40 anos o álbum que revolucionaria a música pop foi lançado. Sgt Peper’s Lonely Hearts Club Band mudou a história dos Beatles e influenciou a vida de muita gente que não era nem nascida em 1967(a minha, a sua…). Vale a pena pesquisar um pouco sobre esse álbum, ouvir as músicas e provar de expeciências extra-sensoriais. afinal não só a música mas esse álbum influenciou obras literárias, filmes, peças… da capa a última música é tudo perfeito, ouça e saiba por que.
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Cinema, comunicção e um pouco dessa história de contemporaneidade

Posted on maio 25, 2007. Filed under: cinema |

O que as pessoas podem esperar de um filme? No mínimo esperam que a comédia as faça rir, que o suspense as surpreenda, que o terror as assuste e que o drama emocione. Mas as pessoas não vão ao cinema apenas para ver um filme. Na sociedade projetada por Anthony Burgess, no livro “Laranja Mecânica”, o cinema (ou filmódromo) é apenas um lugar que exibe filmes horríveis e onde os adolescentes vão transar. Isso não está tão distante do mundo real. Os filmes adquiriram um caráter efêmero, algumas horas depois da exibição, há pessoas que nem lembram mais qual era o tema do filme, alguns meses depois nem se lembram os nomes… Não que atualmente não sejam feitos bons filmes, a sensação que tenho é que aparentemente não há mais segredos a serem desvendados no cinema, todos já sabem as fórmulas certas para fazer os filmes, embora esteja claro que a maioria não saiba como executá-las direito. Os temas se repetem isso não seria um problema se fossem abordados de modo diferente, mas não é o que acontece, veja o caso de Greasse e High School Musical, os dois musicais se passam em uma escola e os protagonistas têm medo de assumirem a sua personalidade e serem excluídos do grupo (até as canções são parecidas). Em Nascido para matar e Apocalypse Now ocorre repetição de temas, os dois tratam da guerra da Vietnã, e são os melhores filmes que já vi sobre isso, os filmes são diferentes, cada um traz um olhar inusitado sobre a guerra. Também existe aquele velho clichê dos filmes românticos com o garoto que no início é incapaz de se apaixonar e no meio do filme não resiste aos encantos da garota boazinha, inteligente e nem sempre muito bonita, isso acontece em My Fair Lady , Um Amor pra recordar, Orgulho e Preconceito e em muitos outros filmes românticos. E ainda não falei dos filmes de terror orientais (de muito mau gosto) que ganharam versões americanas (também não muito boas), nos quais sempre acontece a mesma coisa, aí vai a lista: O chamado, O chamado 2,O grito, O grito 2, A chave mestra e os que não ganharam versões, Visões, Visões 2, Espíritos e por aí vai… Sabe, olhando tudo isso e pensando em todos esses filmes, sinto muita falta do Stanley Kubrick.

Quer mais informações?
Stanley Kubrick:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Stanley_Kubrick
Apocalipse Now EUA -1979. Direção: Francis Ford Copola.
Laranja Mecânica: Livro de Anthony Burgess que recebeu adaptação para o cinema em 1971, foi relançado em 2004 pela editora Aleph, o preço médio é R$36,00

Dicas
Ás Segundas-Feiras, 19h na casa Amarela da UFC, acontece o Cineclube, de graça, o tema desse mês é Obsessão Amorosa, não percam!
Quer saber sobre cinema neo-realista italiano? Ás quartas-feiras na Casa Amarela da UFC ás 18h30min, depois do filme sempre rola uma palestra com um especialista no assunto.


E bem-vindos ao Cinema Emformação!
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