Fotografia

FOTO QUE SEDUZ

Posted on julho 15, 2007. Filed under: Fotografia, Marcella |

Hoje resolvi falar um pouco sobre minha futura profissão: fotopublicidade.

Quando você pára em frente um outdoor ou folheia as páginas das revistas, depara-se com fotografias bem produzidas e super criativas que induz a acreditar que precisamos realmente daquele produto ofertado. Pois é, antigamente não era bem assim…

No final do século XIX a fotografia já podia ser utilizada em propaganda pois a tecnologia halftone (Reprodução impressa de uma fotografia ou de outra ilustração que utiliza pontos com espaçamento uniforme de diâmetro variado para produzir a aparência de vários tons de cinza.) disponibilizava em 1880. No entanto, Europa e Estados Unidos só começaram na fotopublicidade dez anos depois. Até 1910, o principal modelo estético da fotopublicidade era o Art Noveau. O que quer dizer isso? Aquelas fotos de mulheres com cabelos bem arrumados, sorridentes, segurando o produto anunciado. Bem artificial, não?

Mais a evolução chegou, e com ela, a extensão da fotopublicidade em vários lugares do mundo, inclusive o Brasil.
Até 1930, a ilustração a traço era a base da propaganda impressa em nosso país, até porque toda a propaganda não era tratada por agências especializadas como nos dias de hoje, mas pelo próprio jornal ou revista que veincularia os anúncios. Neste mesmo ano, as agências estrangeiras começaram a chegar no Brasil e tinha uma imensa dificuldade de fazer propagandas com fotopublicidade, pois nossos fotógrafos não tinham qualificação para esse tipo de fotografia.

Em 1940, Chico Albuquerque surge como o pioneiro na fotopublicidade entre os fotógrafos brasileiros. Albuquerque, como era conhecido em São Paulo dá o pontapé inicial para a nossa liberdade de criar fotos brasileiras em propaganda, sem precisar das fotos fabricadas pelos americanos. E o mais legal de tudo, é que o Chico é cearense! Em um próximo texto, vou falar um pouco sobre ele, mas quem quiser logo conhecer o trabalho deste homem da terra que teve uma história linda na fotografia em geral, é só entrar no site do Instituto Chico Albuquerque, entidade sem fins lucrativos, que tem como único objetivo, montar exposições com o trabalho do fotógrafo, tanto no Brasil como no exterior. É só acessar:

Depois de toda essa trajetória, a fotopublicidade ganhou definitivamente seu espaço na propaganda e hoje temos a tecnologia de ponta e efeito como o fotoshop para deixar os anúncios cada vez mais persuasivos, comunicando-se com o público só pelas imagens. Duvido que você não tenha sentido vontade de tomar uma Coca-cola bem geladinha só de ver a imagem da garrafinha suando!

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"Retrato em branco e preto"

Posted on junho 30, 2007. Filed under: Fotografia, Gisa |

Fotos em preto e branco chamam atenção pela sua beleza e pelos diversos estilos que podem apresentar.

Para denunciar a realidade feia que nos cerca, alguns fotógrafos recorrem às imagens em preto e branco a fim de dar um tom sombrio ao que se quer mostrar.

As fotos feitas nas ruas, mostrando a dura vida de quem sobrevive aos riscos do abandono, freqüentemente aparecem em preto e branco, representando a escuridão das vidas dessas pessoas. Gente que vive entre fogo cruzado não vê mais cor em suas vidas.

Já em fotografias de casamento, por exemplo, quando o recurso é utilizado, a imagem torna-se clássica, elegante. Muitas noivas não dispensam essas fotos tradicionais, que parecem antigas, da época em que ainda nem existia fotografia colorida. Essas fotos posadas buscam alcançar uma certa nobreza, uma beleza que realmente existe em fotos em preto e branco.

As fotos mais antigas, originalmente em cores neutras, são muito belas. As técnicas nem sempre eram conhecidas, portanto, dificilmente usadas. Mas algumas falhas, às vezes, dão um certo charme à imagem. E é exatamente esse charme que é procurado por fotógrafos atualmente. O preto e branco é constante em fotos feitas em estúdios.

As cores são muito importantes na expressão das imagens. A interpretação destas depende daquelas, que sempre querem dizer alguma coisa. É isso, a cor, as sombras, tudo faz parte da constituição de uma bela e expressiva imagem. O preto e branco causa diversos efeitos, dependendo do estilo de foto e do que ela pretende mostrar.

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A CONSCIÊNCIA DA FOTOGRAFIA, SEM PRECISAR FALAR.

Posted on junho 23, 2007. Filed under: Fotografia, Marcella |



“FOTOGRAFAR É COLOCAR NA MESMA LINHA DE MIRA CABEÇA, OLHO E CORAÇÃO”

Henry Cartier-Bresson. Você já ouviu falar nesse nome? Pois bem, Henry foi o maior fotógrafo do século, estabeleceu as bases do fotojornalismo com a teoria do ‘momento decisivo’. Nasceu em Chanteloup, França em 1908 e faleceu em 3 de agosto de 2004 aos 95 anos. Mas hoje eu não vim falar sobre a biografia de Bresson e sim sobre a sua paixão pela fotografia.
Homem de poucas palavras, gostava de passar desapercebido. Com sua Leica na mão fazia poesia com as fotos. Só tirava fotos em preto e branco. Não gostava de luz ofuscante, evitava a anedota, mas algumas fotos mostram certo humor. Desenhista, literato, prezava a liberdade e acreditava que devíamos questionar tudo, questionar sempre. Dizia que preferia o rádio pois esse veículo de comunicação aguçava a imaginação das pessoas. Amava a vida, a natureza; amava o que fazia.
Sua paixão inicial foi a pintura, achava que todos deveriam desenhar, não importa o resultado. Em 1931, aos 23 anos se apaixonou pela fotografia quando viu um retrato tirado por Martin Munkasci: 3 meninos negros nus no Congo, única foto colocada em sua parede. A partir daí não parou mais de fotografar. Ele apareceu como ninguém, sem ao menos, se exibir.
Sua primeira máquina foi uma Krauss segunda mão adquirida na África, país em que viveu por um ano. Tirou muitas fotos, mas, ao retornar à França revelou os filmes e constatou que a humidade destruíra seu trabalho, mas isso não o esmoreceu, outra bela qualidade deste gênio: audacioso, aberto às mudanças, nunca desistiu de nada. Vestiu a camisa da fotografia como ninguém, pois dizia que “se fosse uma pessoa que não se incomodasse, não seria fotógrafo”.
Retratou a Segunda Guerra, tendo sido prisioneiro de guerra dos alemães por 3 anos e retornando a França sendo o principal documentarista da Resistência Francesa. Fundou uma empresa jornalística “Magnum Photos” que distribuía suas fotos para jornais de todo o mundo. Suas fotos são realmente mágicas, não precisam de palavras para explicar o que se retrata em suas imagens. Sempre falava também que a fotografia em si não o interessava e sim a notícia fotografada, a comunicação entre o homem e o mundo.

Parou de fotografar profissionalmente em 1973, voltando à sua paixão inicial, a pintura, e fotografando somente por prazer.

Mas ainda hoje é lembrado e ovacionado. Henry Cartier-Bresson mudou o conceito da fotografia, imprimiu o modo Bresson de fotografar, a medida certa de luz e sombra, o clicar no momento certo emoções que jamais se repetirão. Sem usar tripé, apenas com sua Leica na mão, que já não era franca, era encantada, admirável. Decidia com paixão…é só olhar sua trajetória de vida como homem e como profissional. Essa é a minha humilde homenagem a quem mostrou ao mundo que fotojornalismo também é uma arte tão linda e apaixonante, sua diferença consiste apenas na objetividade. Enquanto outras artes são uma meditação, a fotografia é um tiro, como definiu bem Henry.

” A fotografia por si só não me interessa, a reportagem em si, a comunicação entre o mundo e o homem com este instrumento maravilhoso que cabe na palma da mão que nos faz passar desapercebidos. É uma dança, entende? É uma grande alegria fotografar assim”
Henry Cartier-Bersson
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Antigas fotografias de família

Posted on junho 16, 2007. Filed under: Fotografia |

A fotografia acima é uma tradicional foto de família. Quem nunca viu uma foto assim: pai e mãe sentados lado a lado, junto com muitos filhos vestindo suas melhores roupas?

Essa imagem é muito comum, mas ela pode ter diversos significados. A partir dela podemos, por exemplo, analisar a estrutura familiar. Antigamente, os casais tinham muitos filhos, diferente do que acontece hoje, quando as famílias têm dois filhos, normalmente. Sem falar que os casais estão sumindo…

Podemos ver também, o quanto era incomodo fotografar. Demorava-se muito tempo para fazer uma foto e as crianças ficavam impacientes e desanimadas. Hoje em dia, ainda é difícil deixar uma criança quieta para uma foto, imaginem naquela época…

O ambiente nos apresenta uma paisagem rural e as vestimentas nos sugerem que, essa, pode ser uma família de fazendeiros.

Enfim, por meio de uma fotografia podemos fazer uma serie de interpretações. Aqui, foram umas pequenas observações minhas. Façam as suas nos comentários!

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Fotografia

Posted on junho 2, 2007. Filed under: Fotografia, Gisa |

Jornais e revistas, por conta de um forte sensacionalismo, forjam imagens e produzem um fotojornalismo mentiroso. A função da imagem, que seria sensibilizar a comunidade, passa a ser enganadora, simplesmente para chamar atenção.
Na década de 1940 trabalhava na revista O Cruzeiro um fotografo, francês, chamado Jean Manzon que era conhecido por suas fotos posadas e sem autenticidade. Era muito bem pago por esse trabalho. O então deputado Barreto Pinto, eleito em 1946, combinou com Manzon uma reportagem para causar escândalo: posou de cueca branca, casaca, gravata borboleta e uma taça de champagne na mão.
Em 1969, época de militares no Governo, Ricardo Noblat, fora encarregado de cobrir todos os passos do Arcebispo Dom Helder. Como se tornara amigo do “Dom”, montou uma fotografia que seduziu os leitores da Manchete e enfureceu os militares: numa rua sem saída, duas crianças corriam alegres ao encontro do Arcebispo (imagem abaixo).
Sabe-se que a imparcialidade, dificilmente, será atingida, já que atrás da câmara está um observador que decide o que vai enquadrar. Mas parcialidade é diferente de mentira. O leitor está interessado em saber o fato e o fotografo está lá para mostrar a cena e não para fazer montagens, para isso usamos o photoshop, que, convenhamos, deveria ser extinto da fotografia informativa.
A credibilidade do jornalista também passa pela fotografia. A função do jornalista é informar. Quem inventa historia é escritor, quem cria imagem é artista plástico, designer gráfico e, é claro, nossos colegas publicitários!


”O flagrante é a cena registrada no instante em que ela acontece. É a foto jornalística” Ricardo Noblat

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E O QUE VAI FICAR NA FOTOGRAFIA

Posted on maio 26, 2007. Filed under: Fotografia, Marcella |

Certa vez, Odair José compôs uma música incluindo a seguinte frase “A felicidade não existe, o que existe são momentos felizes”. Ele pode não ter se referido à fotografia, mas, a frase simboliza o que essa arte representa para mim.
As fotos resumem as palavras. Pode-se detalhar um belo casamento ou uma viagem inesquecível, mas quando você vê a fotografia é que a descrição toma forma, torna-se real. Hoje a fotografia vai além de apenas retratos, tornando-se uma preocupação em várias áreas como novelas, filmes, campanhas publicitárias e muito mais, pois luz na medida certa e boas locações chamam a atenção do público.
Além de eternizar momentos, a fotografia é uma forma de expressão. O artista capta a imagem em ângulos incríveis que emocionam, encantam, surpreendem. De certa forma ele foca a própria alma em suas impressões e nenhum recurso tecnológico consegue esconder os instantes emotivos registrados.
Acredito no poder de comunicação da foto, nas emoções que elas transmitem para quem olha, mesmo com desinteresse. A fotografia impulsiona você a sentir aromas, sabores e cores pessoalmente e não apenas na estática das imagens, por isso que tirar fotos nunca será um exercício fora de moda, infinitos são os caminhos da poesia e o registro das imagens é uma de suas raízes.
Hoje eu começo uma viagem pelo mundo da fotografia e suas funções na área da comunicação, e quero lhe convidar para descobrir esse universo cheio de beleza e êxtase dos registros fotográficos. Se você topar, é só dar uma passadinha aqui no blog todos os sábados, porque João Marcos, Gisa e eu teremos o maior prazer em repartir nossas descobertas. Fique à vontade e aproveite!

“Meu exercício com a fotografia é de paixão, de mistério, de algo que salta aos sentidos. É um tipo de relação que, se eu fosse espírita, diria que é sobrenatural”.
Vânia Toledo, fotógrafa autodidata com 25 anos de carreira.


O.B.S. A foto acima foi eu que tirei, em Mundaú-CE, o primeiro pôr-do-sol de 2007.

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